Cerca de 20 empresários concentram em suas mãos todo o controle do transporte coletivo na cidade de Fortaleza. Através do Sindiônibus, esses 'tubarões' mandam e desmandam no preço da passagem e determinam os investimentos nesse setor. O poder público somente baixa a cabeça. Pior. Em virtude desse monopólio lucram mais de R$ 45 milhões por ano! Lucratividade essa oriunda do alto valor da tarifa, R$1,80, e da péssima qualidade nos serviços. Não tem um só dia que não vejamos trabalhadores se apertarem, espremidos dentro 'de uma lata de sardinha' para chegar ao seu trabalho.
Com isso, todos os cidadãos que utilizam o transporte coletivo chegam bastante cansados em casa, não podendo realizar nenhuma outra atividade após o seu horário de trabalho. Sem falar no caos do tráfego, no perigo de acidentes e nos assaltos que ultimamente tem vitimado jovens, como foram os casos de 3 adolescentes assassinados.
Como se isso tudo não bastasse, agora esses empresários querem nos impor uma passagem de R$ 2,20. UM ROUBO DECLARADO! Um aumento de 22% no valor da passagem quando o salário mínimo aumentou apenas 6%. Imagine uma família de 4 pessoas (2 adultos e 2 adolescentes), se apenas os dois jovens tiverem que todos os dias ir para escola pagando meia passagem irão gastar nada menos que R$ 105,60, o que representa 19,5% do valor do salário mínimo. Em outras palavras, os pais deverão cortar os gastos com alimentação para garantir seus filhos estudando regularmente.
Ao mesmo tempo, esses gananciosos no país inteiro têm assaltado os trabalhadores. Várias capitais aumentaram o preço da passagem. Mas, em todas elas estão ocorrendo grandes mobilizações populares para impedir mais essa injustiça.
Aqui não pode ser diferente. Precisamos nos unir e dizer um grande NÃO aos empresários de ônibus! Um grande BASTA ao descaso com o transporte público e a IMEDIATA publicidade dos gastos e os lucros efetivos desses tubarões.
Tatiane Albuquerque, Presidente da UESM e Diretora de Escolas Públicas da UBES
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