Obras do Itaquerão: R$ 1 bilhão |
Não é de hoje que tem se levantado questionamentos
sobre a condução da Copa do Mundo no Brasil. Construção de verdadeiros
elefantes brancos como o estádio em Cuiabá, que não tem sequer uma equipe
jogando a terceira divisão do futebol brasileiro, escolhas políticas para as
cidades-sede, como na definição de Manaus ao invés de Belém, que possui maior
tradição no futebol e estádio melhor preparado, sem falar nas obras
bilionárias.
Estima-se que apenas com as obras de construção de
estádios, mais de R$ 30 bilhões serão gastos, essencialmente com recursos
públicos, e determinadas equipes os receberão como prêmio, numa bonificação por
seus “serviços prestados a CBF”, como é o caso do Corinthians Paulista, e seu presidente
Andrés Sanchez, aprendiz de Ricardo Teixeira.
Nunca é demais lembrar que as últimas Copas tiveram
8 sedes, e no Brasil serão 12, aumentando significativamente os custos para
esse evento que terão seus ingressos ao custo mínimo de R$ 240,00, ficando
claro que mesmo sendo no Brasil é um evento destinado ao público estrangeiro,
principalmente europeu.
É no meio dessa Copa que as denúncias contra o
ministro Orlando Silva ganham força na mídia conservadora do país. Alguém
achava que as grandes empreiteiras e a FIFA tinham interesse em manter Orlando
a frente das negociações da Copa? Ele e o PCdoB achavam. Aí reside o grande
problema.
Ao aceitar e se submeter aos interesses da FIFA e
da CBF, o ministro perdeu qualquer força de questionamento ou apoio frente à
Copa. Orlando corroborou com as escolhas das sedes, a eliminação do estádio do
Morumbi pela posição do clube na disputa do clube dos 13, com a proibição da
meia-entrada para os estudantes (mesmo tendo sido presidente da UNE), e
silencia com os privilégios dados a própria mídia, como vimos com a Globo e a
prefeitura do Rio de Janeiro no sorteio das eliminatórias.
Ministro Orlando Silva (PCdoB) |
Mesmo com a greve dos trabalhadores das obras da
Copa, Orlando preferiu apelar ao “patriotismo” para por fim as reivindicações,
do que enxergar os baixos salários e as precárias condições de trabalho que as
empreiteiras impõem aos trabalhadores. E ainda há a Lei da Copa, criada para
esconder os gastos públicos com o evento, tudo para garantir bilhões de lucro
para a FIFA, da CBF e seus esquemas de corrupção.
Essa posição política é a mesma que
conduziu o Pan de 2007, e quatro anos depois, o velódromo está abandonado, o
complexo aquático Maria Lenk praticamente inutilizado e foram gastos mais de R$
3,5 bilhões nas obras. Fica a pergunta, qual o “legado” deixado para a cidade
do Rio de Janeiro?
Na mesma linha se constituiu o programa segundo
tempo, que acumula vários projetos que ficaram a quem do previsto, em especial
nas parcerias com as ONG´s como é o caso de João Dias. Segundo o próprio
Ministério sua ONG não prestou contas de R$ 3 milhões dos R$ 4 milhões
liberados. Coincidentemente, nesse mesmo período ele foi candidato a Deputado
Distrital pelo PCdoB.
A política esportiva no Brasil está,
definitivamente, invertida, e ao invés do financiar os grandes eventos
midiáticos e alimentar esquemas de corrupção, o governo deveria financiar o
esporte amador e tratar a prática esportiva como elemento de inclusão e
interação social. Prova disso é que os estudantes dos institutos federais
tiveram os JIF´s (Jogos dos Institutos Federais) cancelados por falta de
recursos.
Quanto a Orlando e as denúncias, é preciso garantir
espaço para sua defesa, mas sem dúvidas, sobre a condução das ações do
Ministério, da Copa e das Olimpíadas não resta dúvida que está indo no caminho
errado, e ele é um dos grandes culpados.
PS: Fica ainda mais feio utilizar o nome de
comunista para defender esse tipo de política. Ontem foi denunciada a compra à
vista por parte do ilustre Ministro de um terreno de R$ 300 mil. Com certeza
não foi no Manifesto Comunista de Marx e Engels que ele buscou inspiração para
esse feito.
Muito "nobre" essa atitude dos companheiros. Pautando-se pela mídia golpista! O que foi publicado na revista Veja tornou-se para este blog verdade absoluta passível de reprodução e difusão. Parabéns pelo belo serviço prestado à mídia burguesa. Essa é a esquerda que a direita gosta!
ResponderExcluirPoucas palavras responde a esse Vinicius. Não trata-se de golpe de A ou de B. Trata-se de uma denuncia clara que saio de um filiado do propio PCdoB. As coisas são objetivas. Não venha com demogogia rapaz. Agora golpe é usar o nome de comunista e ter a pratica de um partido burguês. Direita é ser contra greve ou mesmo tendo uma origem no movimento estudantil defender o fim da meia entrada. Ser de direita e estar de braços dados com Katia Abreu do DEM e os ruralistas.Faça uma consulta ao Aldo Rebelo que ele lhe ensina como ser de direita. "Camarada". Não se iluda.
ResponderExcluirPEGA! Grande resposta. Fico triste em ver gente repetindo opiniões de terceiros, são tão influenciados quanto os alvos de suas críticas...
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