Search-form

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estudantes do Estadual Central vão às ruas contra “saunas” de aula e privatização



Em 31 de março, dia da Jornada Nacional de Lutas, os estudantes do Estadual Central, organizados pelo Grêmio Estudantil, fizeram uma vitoriosa manifestação contra as “saunas de aula”, ocupando a Superintendência Regional de Ensino com muita combatividade, para exigir a imediata instalação de ventiladores nas salas, e que a piscina e as quadras da escola sirvam aos estudantes, e não ao Minas Tênis Clube.
Todos sabem que o aquecimento global é uma realidade que torna cada vez mais intenso o clima em nosso planeta. Os estudantes de BH enfrentaram um verão que chegou aos 32,8º C e agora chegam a um outono que, segundo o 5º Distrito de Meteorologia de Belo Horizonte, terá temperaturas até 1,5º C mais altas que as registradas historicamente.
No Estadual Central, uma das maiores escolas públicas do Estado, não há ventilador em uma sala de aula sequer. As janelas são projetadas de forma que pouco contribui para a ventilação e, em certas partes do dia, o sol bate diretamente em estudantes e professores. Tudo isso faz com que nossas salas se pareçam mais com “saunas” de aula.
A desculpa para tal descaso é o fato de que a escola é patrimônio tombado. Porém, várias obras já foram feitas, como a instalação de grades na rampa da Unidade 1. Também sabemos que a Unidade 2 não faz parte do patrimônio, e esta também não conta com sistema de ventilação. Além do mais, temos o exemplo de diversas escolas da cidade, que são tombadas e não sofrem do mesmo mal.
Além disso, as quadras cobertas e a piscina da mesma escola são entregues ao Minas Tênis Clube, um grande clube da região. Enquanto isso, os estudantes de todos os turnos são impedidos de utilizar a piscina durante o ano, e os do noturno, de utilizar as quadras cobertas.
Ouve-se a todo momento que, caso o contrato acabe, a piscina acabará. Mas como podemos saber se é mesmo verdade, se a Secretaria de Educação não dá nenhum dado sobre isso? Em 2010, foi organizado uma abaixo assinado com mais de 700 assinaturas e a Secretaria sequer respondeu ao pedido de reunião enviado pelo Grêmio Estudantil.
O problema não é debatido dentro da escola, e as decisões chegam sem que a comunidade escolar possa opinar. Ao que tudo indica o que acontece é o contrário. O Minas Tênis Clube é, na verdade, quem precisa utilizar o espaço público para enriquecer, pois sai mais barato e com qualidade.
Durante a ocupação, uma comissão de 7 estudantes foi recebida e firmaram-se os compromissos de resolver o sistema de ventilação e, além disso, iniciar um processo sobre a permanência do Minas Tênis Clube na escola. Para isso, será criada uma comissão, da qual o Grêmio participará.

Júlia Raffo
Presidente do Grêmio do Estadual Central

Nenhum comentário:

Postar um comentário